São Francisco
o Irmão sempre Alegre

Francisco era chamado por seus frades de “Irmão sempre-alegre”. Apesar da imitação radical da vida pobre de Cristo, o santo não tinha nada de sombrio. Repreendia os irmãos quando demonstravam melancolia, e costumava dizer: 

“O maior triunfo do demônio é poder roubar a um servo de Deus a alegria espiritual”

Em Francisco vivia uma alegria sem par. Ele era a alegria personificada, gostava de rir e brincar, gostava de cantar as canções de Provença, e possuía um humor divino que dominava com superioridade todas as situações da vida. Não perdia a coragem em situação alguma. Nada lhe era mais alheio do que o pessimismo e a resignação. A alegria, a alegria jubilosa, triunfava sempre. E se houve um homem, nesta terra coberta de crista dura, que realmente compreendeu o que os anjos cantaram nos campos de Belém “Anunciamos uma grande alegria, que é para todo o povo”, foi São Francisco. A alegria penetrava todas as fibras do seu ser. É quase impossível descrever a alegrai irradiante que ele emanava, e como arrebatava os homens, quisessem ou não. 

“Que são os servos de Deus senão os seus trovadores, que tocam os corações dos homens e os enchem de alegria do espírito?”, disse textualmente São Francisco. 

Fonte: Trecho do livro “São Francisco de Assis – O Santo da Humildade” – Coleção Mensagens Espirituais.

Alegria no Sofrimento 

Parece-nos muito estranho poder encontrar motivos para nos alegrar, manter o bom humor numa situação de sofrimento, enfermidade, provação, desprezo... Parece que não é humano, nem possível! Mais uma vez Francisco surpreende-nos! A alegria deste santo situa-se para além da pobreza e da humilhação. É o milagre do amor, aceito e vivido no dia-a-dia. 

Era inverno de 1224, dois anos antes da morte do santo. Certa noite, atormentado mais que de costume por uma porção de sofrimentos graves de suas doenças e muito incomodado pelos ratos, começou a ter profunda compaixão de si mesmo. Para não desfalecer, rezou intensamente a Cristo. E, estando em oração, recebeu do Senhor a promessa da Vida Eterna. Podemos imaginar a imensa alegria que se apoderou de Francisco ao receber essa promessa! Com maior paciência e amor, acolheu ele os sofrimentos do corpo. O sofrimento humano é um mistério. Quando acolhido por amor, tornar-se libertador, redentor. Francisco compadecia-se muito dos enfermos. Procurava animá-los, alegrá-los e servi-los da melhor forma possível. Chegava até a comer nos dias de jejum, para que os doentes não ficassem com vergonha de comer. Numa ocasião, Francisco levou um doente que ele sabia estar com vontade de chupar uvas. Sabem o que fez Francisco? Sentou-se embaixo da parreira e começou ele mesmo a comer uvas, para dar coragem ao doente. O bem-estar do irmão e o amor por ele estavam acima de qualquer lei, de qualquer prescrição humana. Ao lado deste jeito bonachão de ser, Francisco exortava os doentes de que, em suas provações, não se zangassem com Deus ou com os irmãos. E repetia: - Deus prova aqueles que ele ama.

São Francisco é um "irmão sempre alegre". O carisma da alegria e do bom humor de Francisco é hereditário... Todos temos acesso a esta secular riqueza do "pobre que enriqueceu o mundo", que partilhou tudo, até a alegria, o temperamento jovial e festivo.

Graças a Deus, Francisco agiu "loucamente", do contrario, não teríamos conhecido São Francisco de Assis. Teríamos tido somente mais um "cristão normal", entre tantos outros.

FonteFrei Vito Hofmann (dirigente espiritual da Fraternidade Santa Isabel da Hungria)