ESPECIAL: EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

CONTEXTO HISTÓRICO 

No ano de 312 Maxêncio e Constantino lutam para se tornarem imperadores do império romano. Ao entardecer de 27 de outubro, Constantino tem a visão de uma cruz, com a inscrição "sob esse sinal vencerás". Ele mandou pintar uma cruz no escudo de cada soldado e acaba vencendo a Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312. Atribui sua vitória ao Deus cristão. 

Constantino manda construir duas basílicas em Jerusalém: uma no Gólgota, monte da crucificação, e outra no local do santo sepulcro. Em 335 essas duas basílicas são dedicadas à Santa Cruz, que teria sido encontrada por Santa Helena, mãe do imperador Constantino. Nessa festa da dedicação a cruz é exaltada, ou seja, é apresentada aos fiéis. É a primeira festa da Exaltação da Santa Cruz, em 13 de dezembro. 

Em 614 o rei Persa Cosroe Parviz rouba novamente a cruz. Em 628 ela é recuperada pelo imperador Heráclio. A festa passou a acontecer também no ocidente a partir do século VII. Mas em 1187 perderam-se todas as pistas da cruz, quando ela é tirada do bispo de Belém, que a havia levado na batalha de Hattin, em que os cristãos foram derrotados pelos muçulmanos. 

A FESTA 

Hoje a festa tem um significado mais profundo, relembrando o triunfo de Jesus, que venceu a morte e ressuscitou, com o poder de Deus. A ressurreição de Jesus é fundamental na história da salvação. E essa glorificação passa pelo suplício e pela morte na cruz. A cruz, que era reservada para o castigo de escravos, sinal de infâmia, se torna sinal de salvação. A exaltação da cruz é a exaltação do próprio Cristo. 

Os apóstolos evangelizaram apresentando o Cristo crucificado e convidando a todos para aceitarem sua própria cruz, unindo os seus aos sofrimentos de Cristo. A força da cruz fez com que muitos mártires suportassem injúrias e sofrimentos. Se sofremos com Cristo, também ressuscitaremos com ele. 

Escreveu santo Inácio de Antioquia, antes de sofrer o martírio: "A minha paixão está crucificada, não existe mais em mim o fogo da carne. Agora começo a ser discípulo. Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar de uma extremidade à outra da terra. Procuro-o, ele que morreu por nós; quero-o, ele que ressuscitou por nós. Concedei-me que eu seja imitador da paixão do meu Deus." 

São Paulo passou por uma experiência interessante quando esteve com os gregos no areópago de Atenas. Ele ficou alguns dias entre os pensadores, percebendo o que diziam, o que sentiam, suas idéias filosóficas. É o que lemos em Atos 17, 17-18: "Discutia na sinagoga com judeus, com convertidos ao judaísmo e diariamente na praça com os que ali vinham. Até alguns filósofos epicureus e estóicos discutiam com ele. Algumas pessoas diziam: 'O que está querendo dizer este tagarela?'".Quando foi levado ao areópogo, ele procurou ser lógico também, seguindo os parâmetros dos sábios gregos. Quando começou a falar da ressurreição eles foram embora. Paulo acaba por descobrir que a loucura e o escândalo da cruz nada mais são que a loucura e o escândalo do amor.

Fonte: daaz