Quaresma é um tempo forte que a Igreja nos apresenta. Tempo de reconciliação, perdão e da misericórdia divina. São 40 dias, aonde a Igreja nos orienta para celebrar momentos fortes da nossa caminhada de fé. O primeiro deles é os 40 anos que o povo de Deus caminhou em busca da terra prometida, para que só depois pudesse celebrar sua libertação. Nós também nos preparamos nestes 40 dias para celebrar a páscoa de Cristo, sua paixão, morte e ressurreição: ato de nossa fé. Também celebramos a preparação para a nossa
O Trabalho de um restaurador consiste em descobrir, por baixo da fuligem, o traço do pintor ou escultor. Passa o tempo e os contornos de qualquer obra de arte carregam consigo algo a mais que lhe desfigura as formas originais. Vez por outra, a peça é recolhida e retocada, para retomar os contornos primeiros. O tempo da quaresma é ocasião de reassumir as “formas e os contornos” originais da vida cristã que foram conferidas no Batismo. Tempo de afinar as cordas com o diapasão da palavra, de nutrir com a oração o espírito enfraquecido pelas lutas, cansaços e desvios e de recolorir, com o pincel do Espírito, a tonalidade das feições de Cristo.
páscoa definitiva, nosso encontro com nosso Deus e Senhor.
É por isso que durante estas semanas a liturgia nos convida a penitência, a caridade, a oração, o jejum e principalmente a buscarmos Deus através da reconciliação, do sacramento da misericórdia.
Para que possamos bem aproveitar, esse tempo de perdão e da graça de Deus convido a todos para rasgar não as nossas vestes, mas os nosso coração. Tirar de vez todo o pecado que impede que a graça de Deus possa acontecer em nossa vida.
Que possamos morrer para o pecado e renascer uma nova criatura. Que Deus possa nos abençoar cada vez mais e que possamos celebrar uma santa e abençoada páscoa.
Amém!
(Padre Edjan da Paróquia de Santo Antônio - Carpina)
(Padre Edjan da Paróquia de Santo Antônio - Carpina)
Mas como nas obras de arte, o “restauro” da vida cristã supõe corajosa revisão, docilidade ao formão divino, grande desejo e esforço de empreender um árduo caminho até as fontes da fé. Mas não fazemos tudo sozinhos. Conosco está o Cristo que nos traçou o caminho. São dias adentrando com ele no deserto, subindo ao monte, suplicando água à beira da fonte, restaurando a visão perdida e chorando, à beira do túmulo, a morte como efeito do nosso pecado. Ele não só nos acompanha, mas nos associa, como seu corpo, à sua vitória contra as tentações, transfigurando em nós o esplendor da filiação divina, abrindo a fonte do nosso seio, devolvendo-nos a visão de sua face e tirando-nos de nossos sepulcros.
Por ele preparados podemos celebrar a festa de Páscoa como exultação da vida que renasce da fonte batismal, fortalecida pela unção espiritual e nutrida na mesa do seu Corpo e Sangue. Os quarenta dias nos alcançam no ápice da Páscoa, quando o grito contido de vitória poderá então ressoar o desejado aleluia de reconhecimento pelas maravilhas que Deus por nós realizou em seu filho.
(Agenda Paulus, 2012)
(Agenda Paulus, 2012)